terça-feira, 13 de novembro de 2012

 
Não me lembro mais qual foi nosso começo. Sei que não começamos pelo começo. Já era amor antes de ser. Nosso discurso já possuía uma memória nostálgica e éramos perfeitos em nossos silêncios. Dois ou três jantares e não sabíamos explicar como tínhamos vivido tanto tempo separados. Nosso espaço era temporal. Fragmentos de tempo e pedaços de vida entre taças de vinho e rodelas de pães que devorávamos com a fome dos que amam. As coisas a nossa volta pareciam estar sempre nascendo e todas as histórias pareciam ser iguais: sem princípio e sem fim. Antes de questionarmos todas essas coisas, antes das escolhas, do acaso, da aprendizagem… já estávamos lá, dentro do sonho. E era confortável estar dentro do sonho com os dias futuros enfileirados a nossa volta. (...)A felicidade é assim miúda, cravada na retina dos olhos, feito jóia. Nunca mais queria sair daquele planeta. Nunca mais queria caminhar por ruas e pedras duras. Era isso - não fosse a distância, o tempo, o vento soprando para outro lugar…
 
 
Dann

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